Elon Musk, conhecido globalmente por suas atuações como CEO da Tesla e da SpaceX, exerce um papel significativo na cadeia global da mineração — ainda que indiretamente. Sua influência se dá, principalmente, por meio da transformação que promove nos setores de energia, mobilidade elétrica e tecnologia espacial, todos altamente dependentes de minerais estratégicos como lítio, níquel, cobalto, grafite e terras raras.
A transição para veículos elétricos, liderada pela Tesla, multiplicou a demanda por baterias de íon-lítio e, por consequência, pelos minerais essenciais à sua fabricação. Musk foi um dos primeiros líderes da indústria automotiva a declarar publicamente que a cadeia de suprimentos de minerais críticos seria um gargalo para o crescimento da mobilidade elétrica, o que elevou a atenção de governos e mineradoras sobre esses insumos.
Com o objetivo de garantir acesso estável e ético a matérias-primas, Musk liderou iniciativas de verticalização da cadeia de fornecimento da Tesla. Isso inclui contratos diretos com mineradoras, investimentos em projetos de mineração e até mesmo a sinalização de que a própria Tesla poderia entrar no setor de mineração caso fosse necessário.
Em 2020, Musk chegou a afirmar: “Tesla will mine if it has to”, ao discutir a escassez de níquel. A empresa também firmou acordos com mineradoras na Austrália, Canadá e nos EUA para assegurar o fornecimento de lítio e cobalto, incluindo cláusulas que exigem práticas sustentáveis e responsabilidade ambiental.
O discurso de Musk sempre esteve alinhado com a proposta de uma mineração mais limpa e eficiente. A Tesla tem buscado alternativas tecnológicas que reduzam o uso de cobalto (associado a condições de trabalho degradantes em algumas regiões da África) e tem investido em métodos de extração de lítio com menor impacto ambiental, como a extração de salmouras em áreas desérticas com uso reduzido de água.
Apesar dos esforços por uma cadeia mais sustentável, Elon Musk e suas empresas já foram criticados por sua dependência de fornecedores ligados a práticas controversas, como mineração em áreas ambientalmente sensíveis ou com denúncias de trabalho infantil. Além disso, sua declaração de que “incentivaria a mineração de níquel de forma ambientalmente responsável” foi recebida com ceticismo por parte de ambientalistas e organizações de direitos humanos, que cobram maior transparência e fiscalização.
Considerações Finais
Elon Musk não é um minerador, mas seu papel na mineração global é incontestável. Ele representa a face da demanda tecnológica que impulsiona o setor a se reinventar — seja por meio da busca por novas fontes de minerais, do incentivo à mineração responsável ou da pressão por inovação em processos extrativos. Seu impacto demonstra como grandes líderes da tecnologia moldam os rumos da indústria mineral, colocando em evidência a interdependência entre inovação e recursos naturais.





