A 10ª edição do evento Mineração & Comunidades, realizada nos dias 27 e 28 de maio de 2025 no Centro de Convenções CDL/BH, trouxe à tona uma reflexão profunda: O que impede um futuro sustentável? A discussão reuniu lideranças de grandes mineradoras e especialistas do setor, evidenciando que o futuro sustentável depende, sobretudo, da postura humana frente ao desenvolvimento.
O debate foi conduzido por Luciano de Freitas Borges, presidente da AdHoc Consult e conselheiro da revista Brasil Mineral. Ele abriu o painel apontando que o setor mineral ainda subestima a capacidade de entendimento das comunidades, ressaltando a importância da empatia e da capacitação como chaves para o desenvolvimento sustentável e integrado.

João Luiz Nogueira Carvalho, CEO da Geosol/Geopar, defendeu uma visão de reciprocidade entre mineração e território. “É fundamental que as comunidades entendam os impactos, mas também os benefícios da mineração, como geração de emprego, renda e sustentabilidade. O diálogo precisa ser constante”, afirmou.
Já Leandro de Faria, da Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), destacou a importância de atuar em cadeia integrada, da extração ao beneficiamento, com foco na recomposição ambiental e geração de renda. A empresa atua com metas claras para 2030, visando devolver áreas mineradas em melhores condições para uso rural.
Daniel Medeiros, Diretor de Licenciamento da Vale, pontuou que a mineração não pode repetir os erros do passado. “Somos parte do problema e da solução. Precisamos inovar, reduzir rejeitos e encontrar novas formas de pertencimento aos territórios. Nossa atuação na Floresta Nacional de Carajás é prova de que é possível preservar e minerar com responsabilidade.”
Eduardo Leão, VP de Sustentabilidade da G Mining Ventures, fez críticas à atual regulação ambiental, especialmente na Amazônia. Ele defendeu o uso sustentável dos recursos florestais e a criação de polos de pesquisa para apoiar a pequena mineração a alcançar padrões mais elevados de responsabilidade socioambiental.
Luiz Vessani, do MINDE/EDM, trouxe uma visão crítica: “A conta da sustentabilidade ainda não fecha. Há uma falta de critério técnico em políticas de compensação ambiental e pouco apoio governamental à ANM. Precisamos fortalecer instituições para que a mineração possa exercer seu papel com responsabilidade.”
O evento contou com patrocínio de grandes players do setor como Vale, CBA, Geosol, Samarco, Kinross e Brazilian Nickel, entre outros. A edição de 2025 marcou uma década do Mineração & Comunidades, consolidando o evento como um espaço essencial de diálogo entre mineradoras, governo e sociedade civil.





